ADOLESCENTES CONCLUEM CURSO DE AGENTES AMBIENTAIS EM CURUÇÁ


27 de abril de 2009.

Um turma de 30 adolescentes do município de Curuçá, no nordeste do Pará, conclui nesta segunda-feira, 27, o curso de Agentes Ambientais da Escola Casa da Virada, projeto desenvolvido pelo Instituto Peabiru e pela Petrobrás Ambiental. Os alunos participaram de seis meses de curso, com 200 horas de aulas ministradas por pesquisadores, com material didádico e agenda de trabalho.

Os adolescentes, na maioria filhos de pescadores e catadores de caranguejo, receberam formação prática e multidisciplinar, com destaque para a conservação e manejo de manguezais e recursos hídricos. “Durante a solenidade de formatura, os agentes ambientais mostram a comunidade tudo que aprenderam através do curso. Eles preparam pequenos seminários temáticos”, explica Hermógenes Sá, coordenador do projeto.

Amanda Rodrigues, de 16 anos, é uma das concluintes do curso de Agentes Ambientais. Ela conta que sua principal descoberta foi com relação a importância de não desperdiçar água. “Hoje, não posso ver água sendo desperdiçada. Me chamam até de chata por causa disso. Saio fechando todas as torneiras”, conta. Ela aprendeu também sobre os tipos de mangues e como preservá-los. As raízes do mangue servem de berçário para várias espécies e a poluição do lixo poderia extinguir plantas e também seres marinhos.

Amanda e seus colegas de curso vivem em uma região rica em manguezais, na Reserva Extrativista Mãe Grande Curuçá, que tem cerca de 37 mil hectares. Apesar das leis que protegem o mangue, o principal impacto é o grande volume de lixo lançado neste ecossistema. Segundo Amanda, depois de fazer o curso a atitude muda. “Agora todo mundo sabe que não devemos jogar lixo no mangue, sabemos o porquê, e explicamos para as outras pessoas”, afirma. Ela conta que descobriu sua vocação profissional no curso. “Quero ser bióloga”, revela.

De acordo com Sá, o curso promove uma tomada de consciência sobre prejuízos do lixo para os manguezais, além de despertar o interesse dos jovens e adolescente sobre as questões ligadas ao meio ambiente.  “O objetivo do projeto é fortalecer a consciência ambiental e os princípios de sustentabilidade nas comunidades que habitam a resex e fazer com que esses conceitos se multipliquem”, destaca. Em maio começa uma nova turma do curso de Agentes Ambientais, desta vez direcionada a crianças com idade até 14 anos, e terá o apoio do Projeto Criança Esperança, da Rede Globo e Unesco. 

PORTO

15 de abril de 2009.

O município de Curuçá, no nordeste do Pará, não entrou na lista de 19 áreas brasileiras com viabilidade para construção de novos portos, mesmo sendo grande alvo de interesse para implantação do Terminal Marítimo Offshore do Espadarte, com porto flutuante no maior calado do norte. O estudo foi entregue pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) à Secretaria Especial de Portos da Presidência da República (SEP) na semana passada. Para a Casa da Virada, projeto do Instituto Peabiru que atua junto a 52 comunidades tradicionais da Resex Mãe Grande Curuçá, a exclusão sinaliza para a conservação da fonte de sustento de mais de 50 mil famílias de pescadores artesanais da região, que possui um dos mais extensos manguezais do mundo. Segundo o estudo da Antaq, o Pará tem quatro áreas propícias para a implantação de novos portos para escoamento de contêiner e granel mineral, principalmente a bauxita. Duas são no município de Prainha, uma em Almerim e a outra em Monte Alegre. 

AGENDA 21 EM CONSTRUÇÃO


28 de março de 2009.

No dia 28 de março ocorreu em Curuçá, no Salgado Paraense, uma grande ação de mobilização da Casa da Virada, projeto desenvolvido pelo Instituto Peabiru. Estavam presentes representantes das 52 comunidades rurais da resex Mãe Grande Curuçá
para a elaboração da Agenda 21 local, instrumento que pode contribuir para articulação de políticas públicas para a cidade. De maneira participativa,  as comunidades querem eleger as prioridades para o convívio sustentável na resex, um dos maiores manguezais do mundo.

LEVANTAMENTO DE INDICADORES BIOSOCIAIS

21 de março de 2009.

Uma equipe de 15 pesquisadores do Museu Emílio Goeldi esteve em Curuçá, no sábado, dia 21, para georreferenciar e mapear áreas indicadoras de impactos ambientais nas bacias do Rio Muriá, Mocajuba e Rio Curuçá. A equipe vai reunir informações sobre as organizações sociais e a base de manejo de recursos naturais da Reserva Extrativista Mãe Grande Curuçá, área de 37 mil hectares, das quais a maior parte é de mangues, um dos mais extensos do mundo. A pesquisa faz parte do projeto Casa da Virada, do Instituto Peabiru, que com a coordenação científica do Goeldi, está agrupando os indicadores biosociais que podem orientar políticas públicas para a região.

JOVEM MOBILIZA COMUNIDADE PARA SALVAR IGARAPÉ DE CURUÇÁ


20 de março de 2009.


Um dos maiores igarapés da Reserva Extrativista Mãe Grande Curuçá, no nordeste do Pará, está em processo de assoreamento. Para tentar evitar sua extinção, um jovem da comunidade rural de São Pedro, Michel Monteiro, de 23 anos, tomou a iniciativa de mobilizar no último domingo, dia 22, Dia Mundial da Água, centenas de pessoas para plantar 200 mudas no leito do Igarapé São Pedro e fazer a limpeza do local. “Não podemos deixar que um bem natural tão valioso se perca”, destaca Michel. Ele batizou a ação de I Encontro de Educação Ambiental e Reflorestamento da Vila de São Pedro, que promete ser realizado outras vezes.

Segundo Michel, o mais importante é a conscientização da comunidade sobre a importância da conservação das fontes de água potável. Ele denuncia ainda que as matas ciliares, vegetação que protege o leito do igarapé, estão sendo cortadas e que, por isso, o volume da água está diminuindo. Michel é um dos 60 agentes ambientais formados no curso da Casa da Virada, projeto desenvolvido pelo Instituto Peabiru e patrocinado pela Petrobrás Ambiental no município.

O objetivo do projeto é fortalecer a consciência ambiental e os princípios de sustentabilidade nas comunidades que habitam a resex, “para que se multipliquem iniciativas como a de Michel”, destaca Hermógenes Sá, coordenador do projeto.

O curso dura seis meses e com 200 horas de aulas ministradas por pesquisadores, com material didádico e agenda de trabalho, jovens e adolescentes recebem formação prática e multidisciplinar, com destaque para a conservação e manejo de manguezais e recursos hídricos. “No curso eu descobri que não podemos só tirar os recursos da natureza, temos que cuidar deles, para que eles nunca acabem”, destaca Michel.

ABELHAS SEM FERRÃO DE CURUÇÁ

15 de março de 2009.

Está em Belém a pesquisadora colombiana Maria Jose Barney Gonzalez, do Royal Tropical Institute, da Holanda. Ela é especialista em questões de gênero, indicadores sociais e desenvolvimento social rural. Gonzalez foi convidada pelo Instituto Peabiru para fazer uma avaliação do projeto de criação de abelhas sem ferrão realizado pela Casa da Virada em cinco comunidades tradicionais de Curuçá, no nordeste paraense. 

COMUNIDADES TRADICIONAIS DISCUTEM LEGISLAÇÃO AMBIENTAL

12 de março de 2009.

Pescadores, catadores de caranguejo, marisqueiras e pequenos agricultores de Curuçá, no nordeste do Pará, aprendem a defender a reserva extrativista onde vivem, a Resex Mãe Grande Curuçá, conhecendo melhor as leis que protegem o meio ambiente. Nos dias 11 e 12 de março, as comunidades rurais do município participaram de um curso de Legislação Ambiental promovido pela Escola Casa da Virada, projeto desenvolvido pelo Instituto Peabiru no município e patrocinado pela Petrobras Ambiental.

A Resex Mãe Grande Curuçá abriga mais de 50 comunidades rurais em uma área de 37 mil hectares, das quais a maior parte é de mangues, um dos mais extensos do mundo. Essas populações tradicionais tem a pesca e a captura de caranguejos como principais fontes de renda. 

Segundo o coordenador do projeto Casa da Virada, Hermógenes Sá, a população local precisa se empoderar dos próprios direitos. “Conhecendo bem a legislação ambiental, as comunidades têm melhores condições de dialogar sobre questões que podem impactar diretamento no modo de vida deles”, afirma.

A região tem sido centro de discussões devido ao projeto de construção do Terminal Marítimo Offshore do Espadarte, em Curuçá, que prevê um porto flutuante e um superporto na praia da Romana,  o maior calado do norte, com cerca de 25 metros de profundidade. O projeto ainda está em fase de estudos e o Ministério Público Federal está acompanhando o processo de licenciamento ambiental. Os pescadores, catadores de caranguejo e agricultores querem ser ouvidos.

Curso – Os participantes do curso de Legislação Ambiental tiveram contato com noções de ordenamento jurídico e legislação ambiental básica, aprendendo sobre direito de propriedade e a função social de áreas de preservação permanente, tais como manguezais, unidades de conservação e reservas extrativistas. “São os primeiros passos para saber como proteger os recursos naturais necessários para a subsistência da comunidade e ainda respeitar e valorizar a cultura e o  conhecimento das populações tradicionais”, explica Sá. Foi a quinta oficina comunitária realizada pela Casa da Virada, mais seis serão oferecidas.