O público alvo são as mulheres das comunidades tradicionais. Populações que vivem da agricultura, da pesca e da coleta de caranguejos. Na maioria das vezes, as mulheres desempenham a função de donas de casa e não têm oportunidade de trabalho e renda onde vivem. Para Nilene Silva Pinheiro, uma das participantes do projeto, a produção e comercialização do mel das abelhas nativas está mudando a vida dela. “Temos força de trabalho para continuar cultivar as abelhas e ter o retorno que esperamos”, afirma.
Na comunidade de São Pedro, em Curuçá, onde vive Nilene, são 54 caixas de criação de abelhas. Ao todo, na Resex Mãe Grande Curuçá as comunidades estão cultivando cerca de quinhentas colmeias. As abelhas nativas da Amazônia são conhecidas como melíponas ou abelhas sem ferrão.
O mel produzido por essas abelhas é altamente valorizado para fins alimentares e medicinais, além de pólen e cera. As abelhas prestam, gratuitamente, o serviço de polinização de diversas plantas úteis ao homem e fundamentais para a manutenção da biodiversidade, além de desestimularem o desmatamento e as queimadas. “Depois que começamos a criar as abelhas a mata ao redor do meliponário mudou. As árvores frutíferas carregaram muito esse ano. Deu muito mais muruci e outras frutas, que ficaram maiores também”, conta Nilene.
Além dos benefícios ao meio ambiente, a produção de mel de abelhas sem ferrão é uma atividade econômica com muito potencial. “A meliponicultura é uma atividade bastante viável para a agricultura familiar por causa dos baixos custos envolvidos na criação destas abelhas e do elevado valor de mercado do mel, principal produto comercializado”, afirma Hermógenes Sá, coordenador da Casa da Virada.
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